terça-feira, 14 de agosto de 2007

ENCONTRO CASUAL



Mestiça, que bom trabalho
Escultor atarefado...
Bom trabalho... bom trabalho...
Criava bem uma esfinge.
Pincel e tintas,
Na tela se projetou
A imagem mais feminina
De uma gata siamesa,
Olho puxado - não tanto,
Daí foi um passo apenas
E o desejo de esculpír
Foi tão forte! Tão mais forte!
A estátua tomou forma...
Estudio iluminou-se
Quando a pedra
Virou carne.
Nada deteve o sófrego
Lampejo da centelha
Que lhe deu vida...
Foi um gesto apenas,
Do artista,
Ao desligar da pedra
O cinzel que a feria,
E com graça despontou
a mulher, a mestiça,
a menina ainda
Que não se dava conta
Dos seus encantos.
Foi preciso a
Vida lhe ensinar!
Só o tempo lhe disse
Esse tão encantado
Segredo. No farfalhar
das folhas caídas,
revoluteando ao
sabor do vento,
Ela ouviu...
ao sentir na pele a
Mensagem quente do sol,
Despertou para a vida...
E quando as estrelas
Vieram lhe dizer,
Ela não mais duvidou...
Entregou-se aos
dardejos da lua
Que lhe ensinou
sabiamente o amor...
Foi esse o resultado
da fusão que fizeram
céu e mar, o mar subindo
com suas ondas para
tentar alcançar o céu,
E o céu descendo
Com suas estrelas a
Se desenharem sobre
O mar...
Encontro casual...
Fusão divina...
Fêz alimentar o
Sonho do escultor,
Que se deslumbrou
Diante da magnitude
De sua criação!



*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

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