sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Roubo do Machado


Um homem percebeu que sumira o seu machado...
E cismou que seu vizinho é quem o tivesse roubado.
Ficou a espreitá-lo, e achou que o modo dele andar
Era furtivo, e suspeito era seu modo de sussurrar...

Certíssimo estava de que queria o roubo esconder,
- Dar queixa na delegacia é o que tinha que fazer!
Sua mulher guardara o machado em outro lugar,
E ao descobrir, viu que fora precipitado em julgar.

Era normal do vizinho o andar e o sussurrar,
E quanto a sua honestidade, não tinha o que falar.
Não devemos julgar precipitadamente alguém,
Para não sermos julgados dessa forma também.

(poema baseado num conto de autor desconhecido)

Mírian Warttusch

Canto de Yemanjá


Que cantos são esses que tão longe ecoam?
Serão de minh’alma os seus ecos perdidos?
Promessas não cumpridas que se foram,
Ou os lamentos do meu peito compungido?

Eu atendi a esse chamado inconformado,
- Era um lamento de amor a Yemanjá -
Alguém clamava de um jeito apaixonado,
E eu cedi, por também querer me apaixonar.

Netuno não perdoa essas transgressões...
- Não veja além das ondas, quem pertence ao mar.
Que seus sonhos e todas as suas emoções,
Sejam segredos pra ninguém jamais contar.

Que sentimento é esse que agora vive em mim?
- Tão fascinante é esse homem que me quer...-
As ondas me levam ao seu encontro... assim...
Para que eu prove e saiba como é ser mulher...

Mas o mar é minha casa e me sinto desolada,
Longe dos seus mistérios, lendas e encantos...
Venha... te levarei amado, pra minha morada,
Deixarei aqui a tristeza dos meus prantos.

Habitaremos meu mundo de tal beleza e cor,
Sublimados pelos contos de além mar...
Serás eterno e entenderás como é o amor,
Quando Yemanjá em teus braços se entregar.

Mírian Warttusch

Junto do meu coração


Quero guardar-te sempre assim, nesse aconchego,
Junto ao meu peito, como quando eras criança.
Não vou deixar que te afastes do meu coração,
Te guardarei no peito, e na minha lembrança!

Não haverá distância capaz de me apartar de ti,
Sempre que precisares, filho, eu te embalarei.
Dou-te a minha bênção, minha paz, o meu amor,
Se preciso for, também a minha vida eu te darei!

Se eu chorar antecipadamente de saudade,
Me perdoa, pois esqueci que não és mais criança,
Que tens pela frente, um magnífico futuro,
Repleto de vitórias, de fé e de esperança!

Quero assim que ao lado de tua companheira,
Sejas feliz como mereces e sonhaste ser.
“Os pássaros devem ser livres no seu vôo,
E cantarem sempre num novo amanhecer.”

Mírian Warttusch

Foto: Mírian e seu filho Maurício 
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Aprendendo


Foi tua vida, triste e mal vivida?
Esteve o fracasso, sempre em teu encalço?
Os teus amores se tornaram em dores?
- Perdidas lutas, desiguais disputas... -

Sentiste o logro? - Faz parte do jogo -
Pois quebrar a cara, não é coisa rara...
Ideais frustrados, novos almejados.
Tudo é vivência, tenhais paciência...

Perdas não existem; os fracos,sim,desistem.
É querer parar, e a vida empurrar...
Tempo é de refletir... e de saber agir...

Cair e levantar, de novo caminhar...
Por favor desperta, acorda,esteja alerta!
Saiba que viveste, e assim aprendeste!

Mírian Warttusch

Mãe D'Água - Canção folclórica


Mãe D'água, Mãe D'água
Do fundo do mar...
Bonita ela chega, e quer te levar...

Mãe D'água chega aqui, agora,
Moço bonito, foge, vai embora!
Mãe D'Água quer te conquistar,
E pra você, tão lindo vai cantar...
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...

Vai embora, vai embora, vai...
Se não ela te leva, daqui você não sai.
Se a ouvir cantar, você vai se apaixonar!
Se a ouvir cantar, você vai pro mar...
Se a ouvir cantar, sopra um vento frio!
Se a ouvir cantar, você vai pro rio...

Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...
Vai embora, vai embora, vai...
Se não ela te leva, daqui você não sai.
|É no rio, é no mar, Ela vai te levar... (bis)

(CD "Lendas Maravilhosas"
Livro "Sou uma Lenda Brasileira")

Mírian Warttusch
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Esta música eu cantei para Kátia Uzzun, no dia em que fui conhecê-la e convidá-la para ser a intérprete do meu CD natureza. Ela aceitou o meu convite e fez um trabalho dos deuses para mim. Obrigada, Kátia!