segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Clamor da Natureza


Piedade, para o homem vou pedir!
Eu só quero ter direito de viver!
Fui semente indefesa,germinei na natureza
Muitos anos precisei
Para crescer...

Deixa-me florir por todas as campinas
Ter as aves que procuram
Entre as folhas, nos seus ninhos,
Se abrigarMinha sombra suaviza
Teu suor, e esta brisa,
Faz teu corpo no meu tronco descansar.


O meu fruto reproduz teu alimento
Por favor, por um momento,
Pára e pensa um pouco
Antes de ligar,
Essa sua ferramenta
Que me fere e me atormenta;
Faz a mata virgem inteira chorar!


-Não me corte! Plante uma semente
Aja sempre consciente.
Natureza, Mãe alegre vai ficar!
Lá do alto, o Criador
Há de olhar com mais amor
E por toda a vida vai te abençoar!


♦ Mírian Warttusch e Vado Barros
Imagens: Google


Sombras de Paixão


As nossas sombras, um dia se encontraram,
Paixão fulminante, à luz do sol se apaixonaram!
Chegou o breu da noite e tudo se apagou...
O tempo, implacável, nossa sombra dissipou...


Segui sozinha e nem mais soube de ti...
Muitas décadas se foram no tempo me perdi...
Sempre que minha sombra ao sol aparecia,
Estendia a mão, que retornava tão vazia...


Hoje passei por ti, nem te reconheci...
Não me reconheceste também; e assim segui...
Nossas sombras entanto, no muro projetadas,



Recordaram que se amaram em décadas passadas.
Quiseram se tocar... se amar de novo, alucinadas,
Mas nós seguimos, indiferentes, nossa estrada!


♦ Mírian Warttusch
Imagens: Google

Devagar desliza...devagar...


No quarto semi-obscuro,
Com o olhar te procuro...
Estás tão linda a repousar,
Teu alvo corpo, banhado de luar...
Dormes, alheia e pura,
Sem saber que te procura, o meu olhar...
Que a te adorar, se imobiliza...
Devagar desliza... devagar...
A sono solto,
Tens o corpo envolto
Em rendado baby-doll.
E no colo, ainda,
Tens a cor infinda do calor do sol.
Descansa no travesseiro,
Um rosto calmo e faceiro.
E com encanto tamanho,
Sedoso e belo teu cabelo castanho.
Mas, acordar-te, receio...
Fico do quarto ao meio,
Fitando teu belo seio,
Que leve... leve a arfar,
Ora se esconde,
Ora se banha de luar...
Deito ao teu lado e reflito...
- Mas não durmo, estou aflito...
De cá para lá, me agito
–Adivinhas meu desejo,
Acordas... e com um beijo,
Me dizes tão docemente:
Estiveste muito tempo ausente
................................................
O primeiro albor de sol,
Ilumina o baby-doll,
Abandonado no chão...
E se derrama sobre ti
Que dormindo, ainda sorri,
Estreita ao meu coração!


♦ Mírian Warttusch

Imagens: Google