domingo, 27 de junho de 2010

O INSOLENTE OUTONO


Quando o outono insolente, vem os galhos desnudar...

Arranca todas as folhas, pra árvore se entregar.

Insólita, vibra e geme, essa árvore despida...

E se entrega então ao vento, de uma forma desabrida!

O inverno vem castigá-la, ciumento, estarrecedor,

Fustiga todos os galhos, com muita raiva e furor.

Mas a gentil primavera, vendo a árvore despida,

A cobre de tantas flores, enchendo-a de amor e vida.

A árvore agradecida, se entrega em doce abandono,

Mas sente muita saudade da insolência do outono.

♦ Mírian Warttusch
Imagens: Google

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