Piedade, para o homem vou pedir! Eu só quero ter direito de viver! Fui semente indefesa,germinei na natureza Muitos anos precisei Para crescer...
Deixa-me florir por todas as campinas Ter as aves que procuram Entre as folhas, nos seus ninhos, Se abrigarMinha sombra suaviza Teu suor, e esta brisa, Faz teu corpo no meu tronco descansar.
O meu fruto reproduz teu alimento Por favor, por um momento, Pára e pensa um pouco Antes de ligar, Essa sua ferramenta Que me fere e me atormenta; Faz a mata virgem inteira chorar!
-Não me corte! Plante uma semente Aja sempre consciente. Natureza, Mãe alegre vai ficar! Lá do alto, o Criador Há de olhar com mais amor E por toda a vida vai te abençoar!
As nossas sombras, um dia se encontraram, Paixão fulminante, à luz do sol se apaixonaram! Chegou o breu da noite e tudo se apagou... O tempo, implacável, nossa sombra dissipou...
Segui sozinha e nem mais soube de ti... Muitas décadas se foram no tempo me perdi... Sempre que minha sombra ao sol aparecia, Estendia a mão, que retornava tão vazia...
Hoje passei por ti, nem te reconheci... Não me reconheceste também; e assim segui... Nossas sombras entanto, no muro projetadas,
Recordaram que se amaram em décadas passadas. Quiseram se tocar... se amar de novo, alucinadas, Mas nós seguimos, indiferentes, nossa estrada!
No quarto semi-obscuro, Com o olhar te procuro... Estás tão linda a repousar, Teu alvo corpo, banhado de luar... Dormes, alheia e pura, Sem saber que te procura, o meu olhar... Que a te adorar, se imobiliza... Devagar desliza... devagar... A sono solto, Tens o corpo envolto Em rendado baby-doll. E no colo, ainda, Tens a cor infinda do calor do sol. Descansa no travesseiro, Um rosto calmo e faceiro. E com encanto tamanho, Sedoso e belo teu cabelo castanho. Mas, acordar-te, receio... Fico do quarto ao meio, Fitando teu belo seio, Que leve... leve a arfar, Ora se esconde, Ora se banha de luar... Deito ao teu lado e reflito... - Mas não durmo, estou aflito... De cá para lá, me agito –Adivinhas meu desejo, Acordas... e com um beijo, Me dizes tão docemente: Estiveste muito tempo ausente ................................................ O primeiro albor de sol, Ilumina o baby-doll, Abandonado no chão... E se derrama sobre ti Que dormindo, ainda sorri, Estreita ao meu coração!