quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Morrer Gostoso da Vida

Nos braços do poente, morre a tarde...
Aves em bando morrem no horizonte;
Morrem uma à uma as horas - a alma arde !
Um morrer de ardores me goteja a fronte.
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Dias que morrem tristes, nessa ausência...
Meu pensamento morre, sem sentido;
Nesse morrer constante, com inocência,
Morro eu por ti, e tu por mim, querido.
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As tuas noites vêm morrer em brisas,
Quando em meu seio vens morrer de amores.
Mortas de ânsias, tuas mãos deslizas,
Sobre meu corpo a derramar fulgores!
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Beijos sequiosos vêm matar em mim,
Toda a saudade que me mata aos poucos...
E em nosso peito os corações, enfim,
Batem, morrendo aos saltos, como loucos!
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Toda a saudade, exala neste preito,
Morre a distância, louca, em teu encalço.
Ternas carícias morrem em nosso leito,
A paixão contida, morre num abraço.
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Quando meu corpo fechas nesse abraço,
Um gemido de amor nos lábios vem morrer...
E enquanto a lua, vai morrer no espaço,
Vêm os desejos morrer no amanhecer.
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♦ Mírian Warttusch
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