sábado, 28 de junho de 2008

Ai Que Frio Bão

Frio Bão é muito mió
Se eu tivé acumpanhada
Mai si eu estivé sozinha,
Morro dura e cungelada!

Num tem cobertô mió
Que os braço do meu amô
Intonce eu num sinto frio,
Chego até sinti calô...

Credo in cruiz, misericórdia,
Nha Zefa que tá sozinha
Ta roxa de sinti frio,
Tenho dó da coitadinha.

Fui inté na casa dela,
Pra levá um cobertô,
Entrei - tava a porta aberta,
Gelei cum o que vi... ó dô...

Vi a danada quentinha
Nos braço do Zé Tição
- Ele é meu home, sabia?
Mai que baita traição.

Nunca supuis tar desdita,
Virei fera nessa hora,
Pidi corage pros santo,
Pros anjo e Nossa Sinhora.

Eles me viru e gelaro,
Ele nu... e ela pelada!
Nem pisquei; joguei nos dois
Um barde dágua gelada!

Deixei os dois pavorados
Tremendu de frio e medo...
E eu depressa fui simbora,
Vô ti contá um segredo:

...Mar sabe ele, coitado...
Pensa que sabe de tudo...
Pois eu tambeim num sô santa
E ele tambeim é chifrudo.

Num me arrependo di nada,
Traição pur traição,
Tem otros braço mió
Que os braço do Zé Tição!
.
♦ Mírian Warttusch
Direitos: Garantidos pela FBN
Imagens: Pesquisa no Google



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